Funcionários públicos lideram movimento de desobediência
Em Myanmar, servidores são os primeiros a não aceitar trabalhar para os militares. Foto: Divulgação
Por Paulo Campos dia em OTB MUNDO

Agência Trabalhador - Lisboa
Após o golpe militar que depôs e prendeu a presidente eleita e ganhadora do Prêmio Nobel da Paz, Aung San Suu Kyi, são os funcionários públicos que lideram a resistência. Mesmo colocando suas vidas em risco, servidores públicos se recusam a trabalhar para a Junta Militar, se unindo ao crescente movimento de desobediência civil.
O movimento de desobediência tem por finalidade enfraquecer os generais e paralisar a burocracia. No país, hospitais estão desertos, trens estão parados, professores se recusam a dar aulas, mesmo virtuais, e administrações públicas operam com lentidão.
Mesmo durante a atual pandemia mundial, os serviços de saúde se juntaram à greve nacional, que afetou também empresas privadas. Mesmo agências bancárias não estão abrindo.
75% dos funcionários públicos pararam de trabalhar.
Um analista que pediu anonimato citou que o “exército não previu que grande parte da função pública se retiraria e os deixaria sem o aparato estatal”.
Sinal de que os militares sentiram o baque, foi o anuncio de que os pagamentos dos servidores públicos será feito normalmente, conforme foi anunciado pela junta militar através dos meios de comunicação. Os representantes do exército afirmaram que são “rumores infundados” as notícias de que os servidores que estão parados não receberiam seus salários.