EDITORIAL - Israel, Hamas e a guerra santa, posição da OTB
Enfrentamentos vem de séculos de inimizade. Foto: Mahmud Hams/AFP
Por Paulo Campos dia em OTB MUNDO

Agência Trabalhador – Brasília
Paulo Campos é vice-presidente nacional da OTB - Ordem dos Trabalhadores do Brasil
EDITORIAL – Quando se assiste à barbárie da guerra na tela da televisão, é preciso ter em mente que o ataque terrorista do Hamas à inocentes no território israelense não é fato novo, desmotivado e sim resultado de séculos de conflitos que se intensificaram, resultado especialmente, da criação do estado de Israel em 1948, e das tensões que se sucederam nas últimas décadas.
Ataque terrorista à civis é atitude sem defesa.
Isto posto, é preciso considerar que o cerco à Faixa de Gaza promovido pelos israelenses, com 2023 sendo o ano com mais mortes de civis tanto em Gaza quando na Cisjordânia – Gaza e Cisjordânia formam o Estado Palestino – aliado à manutenção da prisão de cerca de 4500 palestinos em Israel, forçaram os limites da paz.
Somando à esta situação, no contexto internacional, a proximidade de um acordo de paz entre Israel e Arábia Saudita, desagradou líderes tanto do Hamas, quanto do Irã, principal inimigo declarado do estado judeu, pode ter promovido aliança. Especula-se que o Irã tenha fornecido armas e ajudado na orquestração do ataque, fato negado pelo líder supremo iraniano, Ali Khamenei.
Morreram cerca de 1300 israelenses no ataque inicial do Hamas.
A resposta de Israel, que dispõe de um dos melhores e mais bem armados exércitos do mundo foi violenta. Embora esperada pelos líderes do Hamas, que levaram, ainda segundo o exército israelense, 126 pessoas como reféns, para tentar evitar a ofensiva, Israel, nesta primeira semana de conflito já lançou mais de 6000 bombas na Faixa de Gaza, matando mais de 2000 pessoas no lado palestino.
Histórico
Notadamente a região é sagrada para as três principais religiões monoteístas. Católicos, judeus e muçulmanos tem em Jerusalém como cidade sagrada. Inclusive, embota tenha Telaviv como capital oficial, Israel tem sede de governo, parlamento e ministérios comandados a partir de Jerusalém, tornando-a, na prática, capital do governo israelense. Diversos tratados promovem a convivência, nem sempre pacífica, entre os crentes no Deus único e esta questão religiosa é apenas um dos pontos de discórdia.
No dia seguinte à criação do estado de Israel, teve início o conflito que se estende até hoje. O Egito atacou Israel através de Gaza e, embora Israel tenha vencido, a região permaneceu sob controle do Egito, tendo início a chegada de refugiados àquele território. Em 1967, eclodiu a Guerra dos 6 Dias, entre Israel, Egito, Jordânia e Síria, quando Israel vencedor, assumiu o controle da Faixa de Gaza que durou até 1994. Conflitos importantes foram a primeira Intifada, insurreição de palestinos contra as forças de Israel em 1987 e a segunda intifada em 2000.
Ao mesmo tempo que Israel terminou a retirada de suas tropas em 2006, o Hamas, fundado em 1987, originado da Irmandade Muçulmana, entidade egípcia fundada em 1928., ganhou eleições legislativas e passou a controlar Gaza.
Desde então o Hamas e Israel trocam ataques, com Israel afirmando que o Hamas é uma organização terrorista enquanto o Hamas afirmam representar o povo palestino oprimido vítima do estado judeu.
A OTB condena o ataque à civis
A OTB – Ordem dos Trabalhadores do Brasil, classifica como terroristas as ações cometidas contra civis pelo Hamas último dia 7 , mesma posição do Brasil, que detém, no momento, a presidência do Conselho de Segurança da ONU.
Também fazem parte da visão da OTB, que é imprescindível garantir acesso humanitário às áreas afetadas, seguindo o que determina tanto a legislação internacional humanitária, quanto às Leis internacionais de Direitos Humanos e que o ataque às populações civis de ambos os lados, é inaceitável.
É fundamental que cessem os ataques à civis.
Reiteramos que é fundamental a criação de corredores humanitários para fornecimento de meios de subsistência, especialmente água, comida e medicamentos, além de auxílio médico à população confinada em Gaza.
É preciso coesão internacional para evitar a escalada internacional do conflito.
A OTB apoia a solução da fixação de dois estados para o conflito israelo-palestino, de maneira que seja estabelecido um Estado Palestino economicamente viável, com fronteiras estabelecidas e reconhecidas internacionalmente.