Agência Trabalhador – São Paulo Capital

João Azevedo é conselheiro da Ordem dos Trabalhadores do Brasil

ARTIGO – Com a desculpa que a legislação não permite ultrapassar certos limites de gastos que não são claramente explicados, a Prefeitura de São Paulo tem aplicado seguidamente reajuste simbólico de 0,01% - ou seja nada – aos salários dos servidores municipais.

A situação é crítica para muitos servidores que não tem como pagar aluguéis ou manter os filhos na escolas.

Porém a alegada falta de limite não se aplicou ao reajuste significativo de 46% concedido ao salário do prefeito que, sendo o mais alto salário municipal, resultou em reajuste em cascata para a elite do funcionalismo municipal da cidade.

Para a elite do funcionalismo, portanto, não existe legislação que impeça reajustes estupendos.

A questão é que, se avizinha o anúncio do reajuste anual obrigatório dos salários dos servidores e, pelo que se ouve nos bastidores, novamente a prefeitura irá deixar a inflação – bastante alta no último ano – corroer ainda mais os vencimentos dos servidores municipais.

Já existem movimentos de servidores que estão se reunindo para, primeiro fazer manifestações, assim que a pandemia permitir, servidores que estão prontos para uma grande greve estimulada pela ausência de justificativa da prefeitura que afirma não ter condições legais de reajustar salários dos servidores e reajusta salários de servidores (somente da elite).

Reajuste salarial não é aumento. É manutenção do poder de compra dos salários.

É preciso afirmar e reafirmar que a categoria não pede aumento salarial e sim reajuste. Pede que seja reposto o que a inflação corroeu apenas. Os servidores compreendem a gravidade da situação da cidade durante a pandemia e pedem apenas a reposição, o chamado reajuste salarial