OTB - Ordem dos Trabalhadores do Brasil        Sexta-Feira, 19 de Abril de 2024

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No mundo big data, a política de centro corre risco de desaparecer

ARTIGO - Na guerra de informação, moderados terão que adaptar o discurso.

Por Paulo Campos dia em Nossos Direitos e Conquistas

No mundo big data, a política de centro corre risco de desaparecer
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Agência Trabalhor - São Paulo

Paulo Campos é vice-presidente da OTB – Ordem dos Trabalhadores do Brasil

O mundo está mudado. Antes, políticos tinham de adotar políticas e assumir discursos neutros de maneira a conseguir atingir a maior parte do eleitorado. Hoje, no mundo segmentado da tecnologia da informação, a possibilidade de segmentação, permite que se faça o discurso quase sob encomenda. É assim que políticos como Bolsonaro atingiram popularidade rápida.

Neste novo universo, políticos da velha política, não tem chance. Seus discursos mornos não empolgam e não são capazes de reverter essas novas técnicas populistas utilizadas não somente pelo líder brasileiro, mas compartilhada por seus pares, Donald Trump, Viktor Orbán, Nigel Farage e Beppe Grillo. Os marketeiros desses políticos compreenderam que a fórmula cólera + algorítimos é a mãe o tecnopopulismo.

E é dessa maneira que embora digam absurdos, façam política aparentemente sem sentido, com afirmações espatafúrdias, é importante entender que existe lógica e tecnologia de ponta por trás desses movimentos, citando Giuliano Da Empoli, jornalista italiano especialista em big data na política.

A dificuldade dos políticos de centro está justamente no discurso que não tem como ser adaptado com a flexibilidade exigida para funcionar no populismo tecnológico.

Hoje é possível adaptar cada mensagem, fazendo com que o tema seja importante de maneira individualizada. Utilizando o facebook, por exemplo, é possível enviar a uma pessoa identificada com o tema da segurança, mensagens enfatizando sucessos de um político e a inépcia de um adversário em um episódio – verídico ou falso, pouco importa – sem que a mídia ou o público tenham conhecimento.

Não se trata mais de conquistar maiorias e sim formar grupos pequenos, minúsculos, que juntos formem uma massa altamente manipulável.

Já candidatos moderados não tem argumentos para estimular as massas, proporcionando emoções ou diversão.

No mundo em recessão desde a crise de 2008, em que as pessoas tem presente forte sentimento de que a globalização beneficiou poucas pessoas e que as elites impõe visões politicamente corretas, acolhendo imigrantes, foi fácil disseminar ideias contra os políticos tradicionais, contra o stablishment nas redes sociais.

Quando um populista como Bolsonaro diz uma fake news e a oposição esperneia, ele consegue faze com que todo mundo fale sobre o que ele está falando e não sobre o que os outros estão, mostra ainda que não faz parte do stablishment e que ele é “diferente”, demonstra liderança ao divulgar suas ideias só se importando com sua própria realidade e ainda une esses grupos de pessoas que acreditam nas fake news de maneira muito mais efetiva que a proporcionada por notícias verdadeiras.

E é preciso educar a população. Este movimento veio para ficar. Eleitores acostumados à afirmações bombásticas não irão aceitar a volta de discursos sem sal dos antigos políticos e tenderão a buscar, como uma droga, afirmações cada vez mais fortes. E criando “monstros” capazes de agir de maneira irresponsável e inconseqüente na busca do poder.

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