Editorial: A polarização inexistente
Maioria da população não é de esquerda ou direita. Foto: Data Senado
Por Paulo Campos dia em OTB no Brasil
Agência Trabalhador – São Paulo
Paulo Campos é Vice-Presidente Nacional da OTB – Ordem dos Trabalhadores do Brasil
Quando se observa, à distância, as movimentações da política brasileira, em especial o que acontece no Congresso – com a devida potencialização nas redes sociais – tem-se a impressão de estarmos em um país de forte polarização.
Ainda mais quando, em família ou entre amigos, tem havido debates e disputas entre os que defendem posição mais à esquerda ou mais à direita.
Entretanto, não é isso que as pesquisas, em especial a última pesquisa, promovida pelo Instituto de Pesquisas DataSenado, revelou que mais de 40% dos brasileiros não se identificam com a direita ou com a esquerda, grupo que se soma a 8% que se dizem de Centro e 6% que não souberam responder, grupos que somam 54% da população.
Estas pessoas estão preocupadas com o dia-a-dia, com o custo de vida e com seus problemas, pouco se importando com o que ocorre no universo político,

Entre os recortes, católicos (28%) e evangélicos (35%) são, em sua maioria, de direita enquanto 15% dos primeiros e apenas 8% dos segundos se dizem de direita. Afirmam serem “de Centro” 10% e 9% respectivamente.
Analisando ainda recortes, é fato que 34% do público masculino e 24% do feminino se dizem “de direita”, contra 15% e 14% destes públicos preferem a esquerda.
O mesmo se dá com homens brancos (32%) que elegem a direita como posição política enquanto este número cai para 26% de autodeclarados pardos, pretos ou indígenas.
Por estados, Pernambuco (18%), Rio Grande do Norte (18%), Ceará (17%), Bahia (16%), e Mato Grosso do Sul (16%) possuem mais eleitores de esquerda, enquanto, Roraima (41%), Mato Grosso (37%), Santa Catarina (36%), Tocantins (35%) e Paraná (32%), possuem mais eleitores de direita.